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Redação escrita por Conceição durante o ensino fundamental II e publicada no Diário Católico de Belo Horizonte em fevereiro de 1968. O texto aponta a origem do que seria o livro Becos da Memória, finalizado quase 20 anos depois
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Muniz Sodré, jornalista, sociólogo e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sobre o romance Becos da Memória, de Conceição Evaristo
Becos da Memória
Conceição Evaristo viveu a infância e parte da juventude na extinta favela do Pindura Saia, em sua Belo Horizonte natal. Hoje ocupado por um mercado, o espaço passou por um longo processo de desfavelamento promovido pelo governo municipal – e, em decorrência disso, Conceição e sua família se viram forçadas a deixar o local em 1971.
Mãe de Conceição, Joana Josefina Evaristo Vitorino acabou se mudando para uma casa em Contagem com seus outros filhos – Ademir, Aldair, Almir, Altair, Altamir, Maria Angélica, Maria de Lourdes e Maria Inês. A futura escritora e professora, por sua vez, se hospedou na residência de parentes e amigos até se fixar no Rio de Janeiro, em 1973.
Foi com base no cotidiano do Pindura Saia que Conceição criou o romance Becos da Memória – considerado por ela um trabalho de ficcionalização da memória. Finalizada em 1988, a obra só foi publicada em 2006, após o lançamento do livro de estreia da autora, Ponciá Vicêncio (2003).