Caneta e tamborim

Othelo musical

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Grande Othelo começou muito jovem no teatro de revista e, ainda na infância, integrou a Companhia Negra de Revistas, grupo em que atores, cantores e instrumentistas dividiam a cena em montagens de forte impacto  popular. Esse convívio, no qual interpretação e números cantados se cruzavam, ajudou a moldar sua formação. Mais tarde, escreveu versos inspirados na demolição do antigo espaço carioca conhecido como Praça Onze, que chegaram a Herivelto Martins e serviram de base para a composição do samba homônimo, tornando-se em um marco da memória popular.

O rádio ampliou sua presença nesse universo, com participações em programas de grande audiência na época em que o veículo se consolidava como vitrine de artistas. No cinema, sua relação com  expressão musical também se manifesta: em Carnaval Atlântida (1952), integrou quadros que misturavam humor e números cantados; já em Rio, Zona Norte (1957), atuou em passagens ambientadas no mundo do samba. 

Ao longo da carreira, essa vivência em espetáculos que combinavam atuação, música e performance fez com que suas diferentes facetas – ator, letrista e intérprete – se articulassem com naturalidade, compondo um percurso artístico coerente e reconhecido na cultura brasileira. 

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Grande Othelo

Grande Othelo na Companhia Negra de Revistas, 1927 | imagem: Acervo Funarte/ Centro de Documentação e Pesquisa

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Seção de vídeo

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Quando estou alegre, canto
Gosto de cantar
Quando eu estou triste, canto
Para me alegrar
Em noite de lua, pela rua
Solto a voz pela amplidão
Sou feliz por ter nascido
Por ter nascido ao som de um violão.

“Ao som de um violão”, de Grande Othelo