Mestre dos palcos

Ainda menino, Grande Othelo já chamava a atenção nos palcos, integrando a Companhia Negra de Revistas, grupo pioneiro na atuação de artistas negros que combinavam interpretação, canto e dança. Na década de 1930, integrou a equipe Jardel Jércolis, consolidando-se na cena carioca do teatro de revista. Atuou em peças como Um milhão de mulheres (1947), Muié macho (1947), Sim sinhô (1948) e Banzo Aiê (1956), transitando entre comédia, música e crítica social. Sua versatilidade permitia improvisar e adaptar gestos e falas conforme a reação da plateia. Nas décadas seguintes, participou de produções mais sofisticadas, como O homem de La Mancha (1973), no qual demonstrou maturidade dramática. Também contribuiu como letrista e criador de números cênicos em algumas montagens. O teatro formou a base de sua expressão artística, influenciando rádio, cinema e televisão. Grande Othelo consolidou-se como referência do teatro popular brasileiro, símbolo de talento, inventividade e resistência cultural.

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Grande Othelo

Grande Othelo no elenco do espetáculo Mister Bamba, considerado o melhor do ano, 1957 | imagem: Acervo Arquivo Nacional

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Preciso de um papel que me agrade. Uma situação de estabilidade para a minha família e condições psicológicas para interpretar um papel.

Grande Othelo em entrevista à revista Veja, em 1973

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Grande Othelo

Foto de divulgação de Grande Othelo, s/d. | imagem: Acervo Funarte/Centro de Documentação e Pesquisa