o que esse povo guarda e esquece
“(…) A Etnografia brasileira vai mal. Faz-se necessário que ela tome imediatamente uma orientação prática baseada em normas severamente científicas. Nós não precisamos de teóricos, os teóricos virão a seu tempo. Nós precisamos de moços pesquisadores que vão à casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse povo guarda e rapidamente esquece, desnorteado pelo progresso invasor (…)”
Mário, em “A Situação Etnográfica no Brasil”. Trecho citado no “Catálogo da Sociedade de Etnografia e Folclore”, do Centro Cultural São Paulo, disponível em: http://bit.ly/catalogoetno
mapa #2
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Mário e o Casal Lévi-Strauss: Parceria
Luísa Valentini é integrante da equipe de pesquisa desta Ocupação. Mestra em antropologia social pela USP, sua dissertação “Um Laboratório de Antropologia: o Encontro entre Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss (1935-1938)” está disponível neste link: http://bit.ly/12XC4Ci.
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Folclorista
Silvana Rubino é curadora desta Ocupação. Professora e doutora em ciências sociais pela Unicamp, pesquisa patrimônio histórico, política cultural e história da cultura, entre outros temas. Estudou a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), que teve participação de Mário de Andrade.
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civilização
A civilização cria um conceito de conforto, mas não o próprio conforto que já existia antes dela. A civilização cria um preconceito de higiene, mas não a própria higiene. A civilização criou um preconceito de cidade moderna e progressista, com boa-educação civil. E como em Paris, Nova York e São Paulo não se usa danças dramáticas, o Recife, João Pessoa e Natal perseguem os Maracatus, Cabocolinhos e Bois, na esperança de se dizerem policiadas, bem-educadinhas e atuais. São tudo isto, com Cheganças ou sem elas. Mas quem que pode com o delírio de mando dum polícia ou dum prefeito, ou com a vergonha dum cidadão enricado que viajou na avenida Rio Branco! Cocos viram besteira, Candomblé é crime, Pastoril ou Boi dá em briga. Mas ninguém não lembra de proibir escravizações ditatoriais, perseguições políticas, e ordenados misérrimos provocadores de greves, que de tudo isso nasce crime e briga também. Está se vendo: criaram preconceitos de policiamento, de briga, de crime também… Mas talvez as civilizações evitem com cuidado criar o conceito da felicidade, que desse lado é que estão Cabocolinhos e Congados… A decadência das danças dramáticas é “estimulada” pelos chefes, o seu empobrecimento é “protegido” pelos ricos. […] Da maneira como as coisas vão indo, a sentença é de morte.
Mário
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Mário e o Casal Lévi-Strauss: Diferenças de Conceito
Luísa Valentini é integrante da equipe de pesquisa desta Ocupação. Mestra em antropologia social pela USP, sua dissertação “Um Laboratório de Antropologia: o Encontro entre Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss (1935-1938)” está disponível neste link: http://bit.ly/12XC4Ci.