Por que não se pode incumbir outros a participar no processo de seus trabalhos?
Porque cada projeto envolve um desafio a ser resolvido pelo autor, seja na improvisação de soluções técnicas para sua realização, seja na invenção-fabricação de peças necessárias para sua concretização. Cada projeto é detalhadamente desenvolvido graficamente por meio de anotações minuciosas antes de sua feitura. As obras podem ser de parede ou de base, ativadas mecanicamente e sempre permeadas de conteúdo lúdico, e muitas delas contagiando o espectador com certo magnetismo. E diz Palatnik que resolvê-las como trabalhos é quase “um jogo, um processo de modificações para chegar a uma forma perfeita”. Só depois de solucionados os impasses mecânicos é que entra o delicado momento da seleção cromática, a entrada das cores. Esse é o instante da relação tão importante, que liga fortemente arte e tecnologia, as duas medidas sabiamente dosadas por seu criador.
Caderno do curso de automecânica da Escola Técnica Montefiori, Tel Aviv, 1941−1945. Papel, tinta e grafite. original: coleção do artista | reprodução: Edouard Fraipont.