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Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade
Viajante do século XIX
Em junho de 1982, Aloisio Magalhães viajou para a Europa. O objetivo era participar de importantes eventos em diferentes instituições culturais na Itália e na França.
Tratava-se de uma de suas viagens anuais em busca de apoio internacional para a preservação de alguns importantes símbolos do patrimônio histórico brasileiro.
Aloisio já tinha iniciado, em 1980 como diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a apresentação de propostas brasileiras ao Conselho do Patrimônio Mundial da Unesco. Primeiramente Ouro Preto, depois as ruínas de São Miguel das Missões (RS) e, em 1982, a sua Olinda.
Pernambucano, Aloisio tinha uma casa em Olinda. E naquele período ele retomou o hábito de fazer desenhos da cidade, ao modo de um viajante do século XIX. A partir deles, produziu uma série de 11 litografias. Ao todo, foram impressos (na Oficina Guaianases) 70 exemplares da série (e 8 provas de artista), com a intenção de constituírem parte da sua argumentação pela inclusão de Olinda na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.
A reunião com a Unesco aconteceria em Paris. Mas a viagem de Aloisio à Europa teve início em Veneza, onde ele representava o Brasil em reunião de ministros da Cultura dos países de língua latina. Lá, no dia 11 de junho de 1982, participou da sessão da manhã. À tarde, assumiu a presidência dos trabalhos. Foi então que se sentiu mal, ao sofrer um derrame cerebral. Transferido para Pádua, faleceu no dia 13 de junho, aos 55 anos incompletos.
Ainda assim, as litografias chegaram a Paris, a tempo de Olinda ser incluída, naquele mesmo ano, na lista da Unesco dos bens considerados patrimônio histórico mundial.