Ocupação Itaú Cultural

Aloisio Magalhães foi artista visual, gráfico, designer e, atuando no campo político, um formulador de projetos em defesa e promoção da cultura e do patrimônio brasileiros.

Apesar de sua curta trajetória de vida (ele morreu em 1982, aos 55 anos incompletos), desenvolveu trabalhos que se tornaram referência no Brasil e fora dele.

Como estudante da Faculdade de Direito do Recife, Aloisio Magalhães participou, a partir de 1946, do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP). No grupo, tornou-se amigo de escritores e dramaturgos como Hermilo Borba Filho e Ariano Suassuna. Nos jardins de sua casa, montou Os Amores de Dom Perlimplim com Belisa em Seu Jardim, de García Lorca. Utilizou panos e bonecas de tecido vindos da Feira de Caruaru, em Pernambuco.

Um gesto que, já no início de sua carreira, indicava o futuro que Aloisio Magalhães desenharia como artista, designer e gestor cultural. Ele acreditava que o desenvolvimento do país e seus símbolos deveriam pautar-se nas marcas de formação de sua cultura. Talvez seja por isso mesmo que o dia 5 de novembro, data de seu nascimento (em 1927, no Recife), tenha sido instituído (em 1998), em sua homenagem, o Dia do Designer do Brasil.

Seu trabalho como designer alcançou repercussão. Autor de projetos importantes da história gráfica brasileira, ele também criou símbolos que permaneceram na paisagem urbana nacional por algumas décadas. Ao criar os novos padrões para cédulas do dinheiro brasileiro (cruzeiro), a partir 1967, percebeu a força que um projeto em design poderia alcançar em nosso cotidiano. Levou o gesto de projetar, tão próprio ao design, à gestão cultural (ele se dizia um “projetivo”).Tornou-se secretário da Cultura do então Ministério da Educação e Cultura (MEC). E fez ecoar, em seminários, debates e na imprensa, seu pensamento de que o futuro econômico e social do país deveria pautar-se em suas marcas culturais. Deixou como herança, além de suas obras em artes visuais e design, um conjunto de ações que nos fazem entender nossa história e cultura como elementos inerentes ao desenvolvimento econômico, social e, sobretudo, humano.