Não duvide do seu juízo caso você se pegue pensando que algumas das obras aqui expostas têm vida. O grupo Giramundo é especialista em fazer esse tipo de coisa com a gente: usando madeira, tinta, resina, fibra de vidro e outros materiais, ele cria um universo em que bonecos podem muito bem se passar por seres vivos – tão vivos quanto os marionetistas que os manipulam, tão vivos quanto nós, que nos divertimos e nos emocionamos com eles.
Fundado em 1970 e ainda em atividade, o coletivo mineiro é referência no campo do teatro de bonecos – tanto pela qualidade das suas produções quanto pelo grau de experimentação que elas trazem à cena. Feitas para ser manuseadas de diferentes maneiras – por meio de fios, de varas, de luvas –, as criaturas desenhadas, modeladas, construídas, pintadas e vestidas pelo grupo já estrelaram 34 espetáculos, também eles bastante diversos: de peças baseadas em contos de fadas ou lendas da cultura popular brasileira a óperas e apresentações multimídia.
Em sua 21ª edição, o programa Ocupação Itaú Cultural homenageia e explora a trajetória do Giramundo com esta mostra “viva”: aos sábados e domingos, uma parte do espaço expositivo vira palco – e os visitantes, que viram plateia, podem ver os bonecos em ação. E quem se perguntar como é que tudo isso é feito ainda pode conhecer um pouco do longo processo criativo do grupo, que começa na ponta do lápis, no papel – onde são esboçadas as figuras e os mecanismos que, na oficina, materializam os mais diversos personagens.
Às quintas e sextas, por sinal, este espaço também vira uma oficina…
Itaú Cultural