Inezita Barroso (1925-2015) dedicou seu enorme talento à sua paixão pelas manifestações tradicionais da cultura brasileira. Fez isso com um carisma ímpar e conquistando seu espaço como uma pessoa à frente de seu tempo, sem ligar para as convenções, sem aceitar o lugar que a sociedade reserva – ou impõe – às mulheres. Por sua vasta obra e por seu pioneirismo, a cantora, instrumentista, pesquisadora e apresentadora tem sua história lembrada pelo programa Ocupação Itaú Cultural – que, em 2017, se concentra na trajetória de mulheres fundamentais da arte e da cultura nacionais.
Inezita já era uma estrela muito antes de assumir o comando – entre 1980 e 2015 – do Viola, Minha Viola, um dos mais longevos programas da televisão brasileira. Uma estrela com os pés no chão e com a alma embrenhada nas raízes da música nacional. Em seus mais de 80 discos lançados, ela interpretou versos de várias regiões e tradições do país – além daqueles que compõem o universo caipira, ao qual a artista é mais associada – e também fez fama no cinema e no rádio.
Com manuscritos e registros sonoros e audiovisuais, nos quais Inezita narra seus próprios passos, esta exposição ainda traz uma série de materiais que a homenageada coletou ao longo de toda a vida – como fotos pessoais, bilhetes de fãs e recortes de jornais e revistas. Graduada em biblioteconomia, ela soube organizar muito bem seu acervo e construiu um legado de importância inestimável para a preservação da música e da cultura tradicionais do Brasil.
Itaú Cultural