Família, parte 1: Rodrigues que vieram para o Rio de Janeiro
É difícil exagerar a influência do ambiente familiar sobre Nelson. Os Rodrigues são uma família de jornalistas, escritores, artistas, colecionadores de arte.
Os que foram de Pernambuco para o Rio de Janeiro – Nelson incluído – se envolveram com jornalismo, teatro, cinema. Seu pai, Mário Leite Rodrigues, jornalista experiente em Recife, foi para o Rio de Janeiro e, a princípio, trabalhou no Correio da Manhã, do qual foi diretor. Fundou os jornais A Manhã e Crítica, publicações com alcance de público, inovação gráfica e poder político. Segundo o autor, ele foi uma “figura obsessiva” em sua vida.
Um de seus irmãos mais velhos, Mário Filho, seguiu o legado de grande publisher: trabalhou em O Globo e fundou e dirigiu o Jornal dos Sports. Sua determinação revolucionou o jornalismo esportivo brasileiro. Promoveu o futebol profissional, organizou competições (entre elas, o Torneio Rio-São Paulo, que cresceria até ser o Campeonato Brasileiro, e os Jogos da Juventude), liderou a campanha para que o Estádio Municipal do Rio se localizasse próximo à cidade – e, atualmente, não por acaso, é o seu nome que batiza o Maracanã.
Roberto Rodrigues, irmão que foi assassinado na redação de Crítica, por causa da cobertura de um divórcio, era pintor, desenhista, caricaturista – o ilustrador do jornal. Amigo do pintor Cândido Portinari, seria seu influenciador, segundo Augusto Rodrigues, um primo de Nelson que é entrevistado desta seção. Seu filho Sergio Rodrigues é um dos mais importantes arquitetos e designers brasileiros.
Outro irmão, Milton Rodrigues, foi cineasta. Nelson escreveu para os cinejornais de Milton e participou da produção de Somos Dois (1950), fazendo os diálogos e o argumento do filme. Augusto Rodrigues e Paulo Rodrigues foram jornalistas esportivos. Das irmãs, Irene Rodrigues foi caricaturista; Maria Clara Rodrigues, jornalista e dramaturga; e Dulce Rodrigues, a caçula, foi atriz e criou a Companhia de Teatro Dulce Rodrigues. Atuou em Doroteia (1949), Valsa nº 6 (1951) e Vestido de Noiva (1955), peças de Nelson, entre outras.
Critica
Mário Leite Rodrigues
Figura Doce, Meu Pai
Que figura doce era meu pai e capaz de cóleras tamanhas. Cólera contra os outros, contra o mundo, mas trêmulo de ternura para a mulher e para os filhos.
Nelson, no capítulo 2 de Memórias – A Menina Sem Estrela
Maria Esther
Nelson e Maria Esther
Maria Esther vai para o Rio
Tenho retratos seus da mocidade e posso repetir: – linda, minha mãe. Um dia, meu pai recebe o telegrama: “Embarco hoje, navio tal. Beijos.”
Vinham minha mãe e seis filhos, o último de colo. Esse batalhão de crianças ia inundar o Rio de Janeiro. Diga-se de passagem que, há muito tempo, minha mãe vinha martelando meu pai: – “Vamos para o Rio. Você tem que ir para o Rio.”
Nelson, no capítulo 2 de Memórias – A Menina Sem Estrela
Seção de vídeo
A Riqueza Nordestina e a Fuga para o Sul
José Luís da Mota Menezes é arquiteto e especialista na história urbana recifense. Conviveu com os Rodrigues que ficaram no Recife, principalmente Fernando, Abelardo e Francisco, tios de Nelson, todos envolvidos com produção artística.
Mário Filho
Milton Rodrigues
Seção de vídeo
Somos Dois
Somos Dois (1950), filme dirigido por Milton Rodrigues, teve diálogos e argumento de Nelson. Foi a primeira experiência do autor de Vestido de Noiva com o cinema. Assista um trecho e saiba mais no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0200154/
Paulo Rodrigues
Dulce Rodrigues
Seção de vídeo
Arte Espontânea
Augusto Rodrigues dirige a Rodrigues Galeria de Artes, em Pernambuco, e é primo de Nelson.
Gravura de Roberto Rodrigues
Filho do Amor
Amor à Primeira Vista de um Homem que Não É Máo
Decadência
O Elogio da Cocaína
O Último Romântico
Família Rodrigues
Família, parte 2: Rodrigues que ficaram em Recife
Ainda na geração de Nelson, destaca-se seu primo Augusto Rodrigues. Pintor, desenhista, gravador, educador e poeta, também deixou Recife pelo Rio. Lá, fundou a Escolinha de Arte do Brasil. Nelson e Augusto, quando adolescentes, fundaram um jornal: o Alma Infantil. O tabloide era impresso nas oficinas do A Manhã, de Mário Rodrigues, e enviado para Recife, onde Augusto o distribuía.
Entre os Rodrigues que permaneceram em Recife, há o envolvimento sobretudo com as artes plásticas e também com o teatro. Os irmãos de Augusto, Abelardo e Francisco eram colecionadores. O primeiro reuniu a maior coleção de arte sacra particular brasileira, a terceira maior entre todas as do país. O segundo colecionou fotografias de famílias pernambucanas do século XIX e início do XX.
A história desses familiares é contada, nesta seção, por outro Augusto Rodrigues, filho de Fernando Rodrigues, irmão dos três citados acima. Um amigo da família, o arquiteto José Luis da Mota Menezes, também compartilha suas memórias.
O pai de Augusto, Abelardo e Francisco, Augusto Leite Rodrigues — irmão de Mário Leite Rodrigues —, se casou com Maria do Carmo da Rosa Borges. O casamento tornou Nelson próximo de mais artistas — Valdemar de Oliveira, fundador do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP); Reinaldo de Oliveira, atual diretor do TAP e filho do fundador; e Geninha Sá da Rosa Borges, uma das mais prestigiadas atrizes de Pernambuco.
Reinaldo e Geninha participaram de uma montagem de Vestido de Noiva, feita pelo TAP em 1955. Outro parente de importante obra teatral é o diretor Antonio Cadengue — que só não tem Rodrigues no nome porque seu avô fez a mudança para “Cadengue”. Os três são entrevistados nesta seção.
Seção de vídeo
Rodrigadas
Reinaldo de Oliveira é ator, diretor e dramaturgo. Dirige o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), companhia criada por seu pai, Valdemar de Oliveira, e que montou Vestido de Noiva em 1955, com atuação de Reinaldo. Por uma ligação da família Rosa Borges com os Rodrigues, ambos são parentes de Nelson.
Seção de vídeo
Os Rodrigues e a Arte
Augusto Rodrigues dirige a Rodrigues Galeria de Artes, em Pernambuco, e é primo de Nelson.
Seção de vídeo
Coleções
Roberto Motta é antropólogo. Conheceu os Rodrigues que ficaram no Recife.
Seção de vídeo
DNA Bom
José Luís da Mota Menezes é arquiteto e especialista na história urbana recifense. Conviveu com os Rodrigues que ficaram no Recife, principalmente Fernando, Abelardo e Francisco, tios de Nelson, todos envolvidos com produção artística.
Seção de vídeo
Eu apenas presencio
Reinaldo de Oliveira é ator, diretor e dramaturgo. Dirige o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), companhia criada por seu pai, Valdemar de Oliveira, e que montou Vestido de Noiva em 1955, com atuação de Reinaldo. Por uma ligação da família Rosa Borges com os Rodrigues, ambos são parentes de Nelson.
Seção de vídeo
Convivência com Nelson Rodrigues
Geninha Sá da Rosa Borges é atriz e diretora. Representou Alaíde na montagem de Vestido de Noiva, pelo Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) em 1955. É parente de Nelson por uma ligação entre as famílias Rosa Borges e Rodrigues.
Seção de vídeo
Uma aula
Nise Rodrigues é esposa de Augusto Rodrigues.