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Eduardo Coutinho nasceu em São Paulo (SP), em 11 de maio de 1933. Aos 24 anos, graças a um prêmio que ganhou respondendo a perguntas sobre Charles Chaplin num programa da TV Record, pôde viajar para a Europa e cursar direção e montagem no Institut des Hautes Études Cinématographiques (Idhec), em Paris, França, onde realizou seus primeiros curtas-metragens.

Le Téléphone (1959)
Realizado na época em que Eduardo Coutinho cursava cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques (Idhec), na capital francesa, o curta-metragem de ficção mostra um homem (Elie Presman) que tenta fazer um pedido de casamento, mas é constantemente interrompido por chamadas telefônicas que a namorada (Irene Chabrier) insiste em atender.

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Uma chanchada filmada como O Padre e a Moça

Em meados dos anos 1960, o cineasta Zelito Viana, então em início de carreira, convidou Eduardo Coutinho, outro novato à época, para dirigir a comédia O Homem que Comprou o Mundo (1967), de sua autoria. Neste vídeo, ele recorda momentos da relação – pessoal e profissional – que se estabeleceu entre os dois a partir daí. Zelito destaca ainda o domínio que Coutinho sempre mostrou ter do campo da ficção – que se manifesta inclusive nos documentários do diretor.

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Um algodão-doce mal-humorado

Ranzinza e pessimista, delicado e atencioso: amigos e colegas de trabalho comentam alguns traços característicos do “personagem” Eduardo Coutinho.

Depoimentos de:
Beth Formaggini, diretora de produção em Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002) e Peões (2004).
Cristiana Grumbach, diretora-assistente em Jogo de Cena (2007) e assistente de direção em Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002), Peões (2004) e O Fim e o Princípio (2005).
Eduardo Escorel, diretor, montador e crítico de cinema, assinou a montagem de Cabra Marcado para Morrer (1984).
Jordana Berg, montadora, tornou-se parceira frequente de Coutinho a partir de Santo Forte (1999).
Zelito Viana, diretor e produtor, escreveu o primeiro longa-metragem dirigido por Coutinho, O Homem que Comprou o Mundo (1967), e foi um dos fundadores da produtora Mapa Filmes do Brasil, que lançou Cabra Marcado para Morrer (1984).

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Flávio Migliaccio, Ricardo Aronovich e Eduardo Coutinho em filmagem de O Homem que Comprou o Mundo, 1967 | Acervo Mapa Filmes/Cinemateca do MAM/RJ

O Homem que Comprou o Mundo (1968)
Ambientada no fictício país Reserva 17, a comédia – primeiro longa-metragem dirigido por Eduardo Coutinho – acompanha as aventuras de um cidadão comum (Flávio Migliaccio) que se vê repentinamente trilionário, uma sorte grande que o acaba privando de sua liberdade.

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No cinema de Coutinho, a narração importa mais que o fato

O documentarista e produtor de cinema João Moreira Salles, colaborador de longa data do cineasta Eduardo Coutinho, reflete sobre elementos centrais da obra do amigo neste vídeo gravado para a Ocupação Eduardo Coutinho, em exposição até 24 de novembro no Itaú Cultural.

Para Salles, Coutinho nunca repetiu fórmula e destaca o trabalho de elaboração da memória, que acrescenta coisas no momento de lembrar o que foi vivido há muito tempo – sobretudo, da memória afetiva. O que levava o colega a entender que “o fato importante narrado é mais importante na narração do que o vivido”. E que o fato de um personagem contar algo que não havia acontecido não consistia numa mentira, pois havia se tornado verdade para aquela pessoa.