Aconteceu assim

Os filmes de Eduardo Coutinho não necessariamente abordam a memória, mas se sustentam nela. Mais do que fatos concretos do passado, o que se vê nos documentários do diretor é sobretudo a forma como cada indivíduo, no momento específico da filmagem, reelabora acontecimentos importantes de sua história. Essa “performance”, na qual a pessoa encontra uma chance de se reinventar, passa a ser mais relevante do que a veracidade dos episódios narrados – e se faz possível graças, também, a uma habilidade que Coutinho desenvolvia com maestria: a da conversa.

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A memória como espaço de criação

Ao narrar sua história – ou aspectos dela que se relacionam com temas universais, como a religiosidade, o amor e o medo da morte –, as pessoas que figuram em grande parte dos filmes de Eduardo Coutinho acabaram encontrando maneiras de recriar seu passado, conferindo-lhe novos sentidos.

Neste vídeo, a questão é abordada por cineastas que trabalharam em diferentes produções do diretor:
Beth Formaggini, diretora de produção em Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002) e Peões (2004).
Cristiana Grumbach, diretora-assistente em Jogo de Cena (2007) e assistente de direção em Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002), Peões (2004) e O Fim e o Princípio (2005).
Jacques Cheuiche, diretor de fotografia, tornou-se parceiro frequente de Coutinho a partir de Babilônia 2000 (2001).
Jordana Berg, montadora, tornou-se parceira frequente de Coutinho a partir de Santo Forte (1999).
Valéria Ferro, técnica de som em Santo Forte (1999), Edifício Master (2002), Jogo de Cena (2007) e Moscou (2009).

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Santo Forte (1999)
No documentário, moradores da favela Vila Parque da Cidade, na zona sul do Rio de Janeiro, falam sobre suas experiências religiosas. Católicos, umbandistas ou evangélicos, todos têm em comum a crença numa comunicação direta com o mundo sobrenatural através da intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás e guias, ou do Espírito Santo.

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Edifício Master (2002)
O documentário retrata o cotidiano dos moradores do edifício homônimo, situado em Copacabana, no Rio de Janeiro, a uma esquina da praia. O prédio tem 276 apartamentos conjugados e abriga cerca de 500 pessoas. Trinta e sete delas contam suas próprias histórias.

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Encontros amorosos

Eduardo Coutinho dizia não entrevistar as pessoas que apareciam em seus filmes. Para ele, o que devia ocorrer entre personagem e diretor era uma conversa – e, dadas a potência dos depoimentos registrados e a opinião de quem acompanhava as gravações, o cineasta era um ótimo conversador. A essa qualidade se vincula o fato de que Coutinho não buscava “tipos” para suas produções – “o operário”, “a dona de casa” –, mas indivíduos, dos quais se aproximava com interesse e respeito. Além disso, seu amplo repertório cultural não o impedia de fazer as perguntas mais básicas durante o diálogo.

Neste vídeo, a questão é abordada por cineastas que trabalharam em diferentes produções do diretor:
Beth Formaggini, diretora de produção em Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002) e Peões (2004).
Cristiana Grumbach, diretora-assistente em Jogo de Cena (2007) e assistente de direção em Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002), Peões (2004) e O Fim e o Princípio (2005).
Eduardo Escorel, diretor, montador e crítico de cinema, assinou a montagem de Cabra Marcado para Morrer (1984).
Jacques Cheuiche, diretor de fotografia, tornou-se parceiro frequente de Coutinho a partir de Babilônia 2000 (2001).

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Peões (2004)
Trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que participaram do movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato, contam suas histórias pessoais e recordam sua participação nas lutas do período.

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Dona Thereza, Fátima, Sarita...

Cineastas que trabalharam em documentários de Eduardo Coutinho falam sobre as personagens que mais as marcaram – seja pelas histórias narradas, seja pela forma ou pelo contexto em que foram contadas.

Depoimentos de:
Cristiana Grumbach, diretora-assistente em Jogo de Cena (2007) e assistente de direção em Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2001), Edifício Master (2002), Peões (2004) e O Fim e o Princípio (2005).
Jordana Berg, montadora, tornou-se parceira frequente de Coutinho a partir de Santo Forte (1999).
Valéria Ferro, técnica de som em Santo Forte (1999), Edifício Master (2002), Jogo de Cena (2007) e Moscou (2009).

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As lembranças de quem vive o presente

Eduardo Coutinho morreu em fevereiro de 2014, três meses depois de concluir as filmagens do projeto que deu origem ao longa-metragem póstumo Últimas Conversas (2015). Neste vídeo, a montadora Beth Formaggini e a técnica de som Valéria Ferro falam sobre os processos de gravação e de finalização da obra – focada nas ideias e no cotidiano de jovens estudantes brasileiros.

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Coutinho de bom humor, por Claudius Ceccon