As prisões

Antes de começar a rodar um filme, Eduardo Coutinho estabelecia as normas às quais o projeto deveria se submeter. Limitações no tempo e no espaço das filmagens e a opção por evidenciar a equipe em ação nas locações são algumas dessas regras, chamadas de “dispositivos” no campo do cinema documentário – e que Coutinho apelidava carinhosamente de suas “prisões”.

Seção de vídeo

Cinema essencial

Diretor do documentário Eduardo Coutinho, 7 de Outubro (2015), Carlos Nader comenta o movimento que o cinema de Coutinho fez rumo a uma “essencialização” da linguagem – ou uma aparente simplicidade formal que não inviabilizava a densidade narrativa das obras.

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Santo Forte (1999)
Moradores da favela Vila Parque da Cidade, na zona sul do Rio de Janeiro, falam sobre suas experiências religiosas. Católicos, umbandistas ou evangélicos, todos têm em comum a crença numa comunicação direta com o mundo sobrenatural através da intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás e guias, ou do Espírito Santo.

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Babilônia 2000 (2001)
Na manhã do último dia de 1999, uma equipe de cinema sobe o Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, onde existem duas favelas, Chapéu Mangueira e Babilônia. Durante 16 horas, cinco câmeras digitais, espalhadas pelo morro, registram os preparativos para a virada do ano. Os moradores das favelas fazem um balanço de suas vidas e expressam suas expectativas para 2000.

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Edifício Master (2002)
O documentário retrata o cotidiano dos moradores do edifício homônimo, situado em Copacabana, a uma esquina da praia. O prédio tem 276 apartamentos conjugados e abriga cerca de 500 pessoas. Trinta e sete delas contam suas próprias histórias.

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Peões (2004)
Trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que participaram do movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato, contam suas histórias pessoais e recordam sua participação nas lutas do período.

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O Fim e o Princípio (2005)
Sem pesquisa prévia, personagens, locações e temas definidos, a equipe deste documentário de Eduardo Coutinho foi ao sertão da Paraíba em busca de pessoas que tivessem histórias para contar. No município de São João do Rio do Peixe, descobriram o Sítio Araçás, uma comunidade rural onde viviam 86 famílias. Graças à mediação de uma jovem do local, os moradores – na maioria idosos – falaram sobre suas vidas, marcadas pelo catolicismo popular, pela hierarquia e pelos sensos de família e de honra.

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Jogo de Cena (2007)
Atendendo a um anúncio de jornal elaborado pela equipe do documentário, 83 mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, 23 delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

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Moscou (2009)
Em Belo Horizonte, o Grupo Galpão e o diretor de teatro Enrique Diaz assumiram o desafio – lançado pela equipe do filme – de montar a peça As Três Irmãs, do russo Anton Tchekhov, em três semanas. O documentário reúne fragmentos dos ensaios do espetáculo – que não teve nem terá estreia.

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Coutinho e Jacques Cheuiche conversam com Fátima no set de As Canções (2011) | Zeca Guimarães/Acervo VideoFilmes

As Canções (2011)
Eduardo Coutinho sempre gostou de filmar seus interlocutores cantando, e deu conta de inserir cenas assim em quase todos os seus trabalhos. No documentário As Canções, o cineasta finalmente coloca esse tipo de registro em primeiro plano, reunindo homens e mulheres que contam e cantam músicas que marcaram suas vidas.

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Últimas Conversas (2015)
Lançado postumamente, o filme reúne entrevistas que Eduardo Coutinho realizou com jovens estudantes brasileiros, abordando as ideias, os sonhos e o cotidiano dos adolescentes de hoje. O material foi editado pela montadora Jordana Berg, parceira de Coutinho desde Santo Forte (2000), e a versão final é de João Moreira Salles.