Primeiro lar
Casa onde nasceu Paulo Freire, na Estrada do Encanamento, 724, no bairro da Casa Amarela, em Recife, Pernambuco | acervo da família
Falar da infância de Paulo Freire é voltar-se para a fase da vida pela qual ele tinha total respeito. A curiosidade e a inquietude das crianças foram perseguidas pelo educador em toda a sua trajetória. Ser curioso e inquieto é ser infantil, não importa qual seja a idade. E isso, no universo freiriano, é um grande elogio.
No dia 31 de março de 1990, aos 68 anos, Paulo Freire recebeu o título de “Menino permanente” (“Bambino permanente”), concedido pela Biblioteca Comunale de Ponsacco, na província de Pisa, Itália. Fincado na infância, Freire era atento, curioso, sedento por aprender.
Aqui é o começo. Em que ele era menino, para além da alma e da sabedoria infantil, também no corpo.
“Vamos ficando velhos na medida em que, despercebidamente, começamos recusar a novidade porque ‘no meu tempo era diferente, era melhor’, dizemos. O melhor tempo, na verdade, para o jovem de 22 ou de 70 anos é o tempo que se vive. É vivendo o tempo como melhor possa viver que o vivo bem.”
À sombra desta mangueira, página 91. Civilização Brasileira. 10ª edição.
Casa onde nasceu Paulo Freire, na Estrada do Encanamento, 724, no bairro da Casa Amarela, em Recife, Pernambuco | acervo da família
“O primeiro mundo meu, na verdade, foi o quintal da casa onde nasci (...).”
À sombra desta mangueira, página 40. Civilização Brasileira. 10ª edição.
Foto colorida da casa onde Paulo Freire nasceu, dia 19 de setembro de 1921 | Instituto Paulo Freire
1922: Paulo Freire com um ano de idade | acervo da família
Seção de vídeo
A educadora Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo Freire, fala da humildade do educador e ressalta que ele nunca fazia diferença entre as pessoas, sendo tolerante, respeitoso e amoroso com todos. A educadora Ângela Antunes, que trabalhou com Paulo no instituto que leva seu nome, menciona o respeito que ele tinha pelo saber do outro. O educador Moacir Gadotti, que atua no mesmo instituto, relembra uma história simbólica com Paulo Freire que mostra a postura do educador diante de questões que transgrediam a ética.
Foto da mãe de Paulo Freire, Edeltrudes Neves Freire | acervo Lutgardes Freire
Foto do pai de Paulo Freire, Joaquim Temístocles Freire | acervo Lutgardes Freire
Livro do bebê. Caderno de anotações sobre a primeira infância de Paulo. Ele tinha muito carinho e apego por esse álbum de recordações | acervo Ana Maria Araújo Freire
Páginas abertas do Livro do bebê | acervo Ana Maria Araújo Freire
Texto/poema “Recife sempre”. O manuscrito original tem oito páginas. Segundo Nita Freire, com quem Paulo Freire ficou casado nos últimos anos de vida, o poema foi escrito para a revista Manchete quando Paulo morava em Santiago, Chile | acervo Ana Maria Araújo Freire
Manuscrito de trecho do livro “Á sombra desta mangueira” onde Paulo Freire escreve: “a importância que tiveram na minha infância as sombras de diferentes árvores” | acervo Ana Maria Araújo Freire
“Quanto mais enraizado na minha localidade, tanto mais possibilidade tenho de me espraiar, de me mundializar. Ninguém se torna local a partir do universal. O caminho é inverso. Eu não sou primeiro brasileiro (a não ser legalmente) para depois ser recifense. Sou primeiro recifense, pernambucano, nordestino. Depois, brasileiro, latino-americano, gente do mundo.”
À sombra desta mangueira, página 41. Civilização Brasileira. 10ª edição.