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Em São Bento do Una, no primeiro dia de julho de 1946, o tempo parou. Esparramado, espreguiçou: Alceu Paiva Valença nasceu. Um dos quatro filhos de Adelma Paiva Valença e Décio de Souza Valença, Alceu passou a primeira infância na Fazenda Riachão, propriedade da família na cidade, que fica no agreste do estado de Pernambuco. No Nordeste profundo, o futuro músico e instrumentista acostumou-se ao canto dos aboiadores e à presença dos cantadores de feira, versejadores populares e artistas de circo. Por meio das toadas, dos xotes e dos baiões, forjou-se artista, poeta e brincante.

Aos sete anos, em família, segue os planos da senhora estrada, passa por Garanhuns e chega a Recife.

“Adeus, Riachão, saudade!
Já estamos de partida.
Aqui começo a viagem
Pelas estradas da vida.”
– “Tempo São Bento”, poema de Alceu Valença, publicado em O Poeta da Madrugada (2015)

 

Acervo Família Valença

Adelma Valença e o filho Alceu Valença em um dos primeiros registros da família, em São Bento do Una, no agreste de Pernambuco, 1947.

[Acervo Família Valença]

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"Minha Recife adorada,
Ficaste em mim incrustada
Como jóia que se guarda
Do início até o fim,
Meu relógio de algibeira,
Meu camafeu trancelim."

- "Encontro Marcado", poema de Alceu Valença, publicado em O Poeta da Madrugada (2015)

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São Bento do Una (2019)

“Lembro de aboios, toadas
Cantadas pelos vaqueiros
E das estórias narradas
Da saga dos cangaceiros
Que se escondiam nas serras,
Bem no alto dos lajedos.”
– “Tempo São Bento”, poema de Alceu Valença, publicado em O Poeta da Madrugada (2015)

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Seção de vídeo

Alceu Valença e suas primeiras referências

O músico Alceu Valença fala da infância em sua cidade natal São Bento do Una (PE), comentando suas referências musicais que vieram do ambiente familiar e das festas de rua.