Urbes Paralelas

Para Alceu Valença, o desejo não para, não cansa e é moto contínuo inventado pela vida. Assemelha-se, assim, à noção de tempo desenvolvida pelo próprio compositor em seus escritos. Sem começo e sem fim, o tempo de Alceu é tríplice e envolve, simultaneamente, passado, presente e futuro.

Vivendo em “urbes paralelas”, o músico verseja para fugir da monotonia. Em 40 anos de carreira, percorreu o caminho de ator, em A Noite do Espantalho (1974), a diretor, com a realização de A Luneta do Tempo (2014).

Desenvolvido em dez anos, o texto que deu origem a sua primeira e única obra cinematográfica nasceu como um poema de cordel, registro de temas caros à infância do cantor, como o circo, a poesia e o cangaço.

Alceu Valença durante as gravações de A Luneta do Tempo (2014).

[foto Antônio Melcop]

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“Eu marco o tempo,
Na base da embolada,
Da rima bem ritmada,
Do pandeiro e do ganzá.”

- "Embolada do Tempo", poema de Alceu Valença, publicado em O Poeta da Madrugada (2015)

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Cinema: referências do cantor Alceu Valença

O músico Alceu Valença fala de suas referências cinematográficas para a realização do filme A Luneta do Tempo (2014), destacando as histórias de cangaço contadas por seu pai e as paisagens de sua cidade natal, São Bento do Una (PE).

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Uma Luneta

Em 2015, Alceu Valença publicou O Poeta da Madrugada (Chiado Editora), livro que reúne escritos antigos e composições que se tornaram enormes sucessos em sua discografia. Para o escritor angolano José Eduardo Agualusa, que assina o prefácio da obra, o poeta revela em suas produções uma “dupla herança”: popular e erudita.

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Alceu Valença: poeta da madrugada

Alceu Valença fala do quanto seus pais liam e desse incentivo desde cedo para leitura e a lembrança de um disco com poemas de Fernando Pessoa declamados por João Villaret, que foi mostrado na infância e reforçou seu interesse pela leitura Como referencial, o jornalista José Teles comenta a geração de músicos das décadas de 60 e 70 com sua bagagem literária, destacando o show Amigos da Arte, de Alceu Valença, que tem a literatura como fio condutor.