Grafite & Nanquim
Ao cruzar este caminho,
Terás a boca inebriada, a carne extasiada, a alma diluída.
Serão infinitos os deleites. Salivas, escamas, sabores.
Sangue, vísceras, venenos e amores.
O traço desconcerta. É impróprio, imperfeito.
O discurso, direto e reto, desconstrói.
O talho fere fundo. Escorre.
Mansinho… Mata.
Tudo o revela. Nada o alcança, ou acalma.
Fino risco limite entre tudo que faz e tudo que almeja.
Linha firme limítrofe.
Livre no sonho, arrebatada na Terra.
Em três instantes;
Rasga o peito, abre o tórax, lança vibrante o pulso nu.
Em carne viva… Morre.
Ouse cruzar este caminho.
E fique a memória encarregada do resto.
Carolina Guaycuru
(curadora da Ocupação Angeli)