Elizabeth Teixeira e Eduardo Coutinho durante as gravações de Cabra Marcado para Morrer, em 1964.
Um marco
Em 1964, Eduardo Coutinho começou a rodar um filme sobre João Pedro Teixeira, líder da Liga Camponesa de Sapé, da Paraíba, assassinado dois anos antes por ordem de latifundiários. As filmagens contaram com a participação de camponeses do Engenho Galileia, em Pernambuco, e da viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, mas foram interrompidas em decorrência do golpe militar. Dezessete anos depois, o diretor retomou o projeto e procurou Elizabeth e outros participantes do trabalho interrompido. O tema central, então, passou a ser a história de cada um deles – e o resultado foi Cabra Marcado para Morrer (1984), longa-metragem que se tornou um marco não só na trajetória de Coutinho, mas também na própria cinematografia nacional.