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De impasses, relativismo e ironia

O trunfo da linguagem

Os escritores Jeferson Tenónio, autor de O avesso da pele (2020), e Conceição Evaristo, autora de Olhos d’água (2014), analisam a riqueza da linguagem construída por Machado de Assis – linguagem, muitas vezes, insinuada, um quase dizer.

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“Vou divulgar uma anedota, mas uma anedota no genuíno sentido do vocábulo, que o vulgo ampliou às historietas de pura invenção. Esta é verdadeira; podia citar algumas pessoas que a sabem tão bem como eu. Nem ela andou recôndita, senão por falta de um espírito repousado, que lhe achasse a filosofia. Como deveis saber, há em todas as cousas um sentido filosófico. Carlyle descobriu o dos coletes, ou, mais propriamente, o do vestuário; e ninguém ignora que os números, muito antes da loteria do Ipiranga, formavam o sistema de Pitágoras. Pela minha parte creio ter decifrado este caso de empréstimo; ides ver se me engano” – “O empréstimo”, conto de Machado de Assis

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Os manuscritos

A pesquisadora Luciana Antonini Schoeps, consultora da Ocupação Machado de Assis, comenta os manuscritos do artista, como os dos romances Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) e do poema “Almada”, publicado postumamente. Tais manuscritos, ressalta Luciana, correspondem a uma etapa quase final do processo de escrita e mostram a preocupação de Machado com os textos.

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Machado de Assis | imagem: Academia Brasileira de Letras (ABL)

A construção do grande escritor

Os professores e pesquisadores Hélio de Seixas Guimarães, Henrique Marques Samyn e Luciana Antonini Schoeps, os três consultores da “Ocupação Machado de Assis”, refletem a respeito da trajetória do autor, da construção de seu lugar de mestre, da recente recuperação de sua negritude e da capacidade de sua obra continuar suscintando questionamentos que provocam tentativas de respostas.

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