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Memórias sentimentais

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Oswald ou Oswalds?

Um Oswald, vários Oswalds. Quem foi o escritor, o modernista, o pai, o mito, em depoimentos de várias pessoas, como os jornalista e biógrafos Lira Neto e Maria Augusta Fonseca, além da filha Marília de Andrade.

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A mãe

Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade, mãe de Oswald, nasceu em Óbidos (PA) | imagem: autoria não identificada | acervo: Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp)

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O pai

José Oswald Nogueira de Andrade, o pai, veio de uma família de fazendeiros de Baependi (MG)| imagem: autoria não identificada | acervo: Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp)

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1890

Oswald de Andrade aos 9 meses, 1890 | imagem: autoria não identificada | acervo: Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp)

Viajante

Cartão-postal enviado por Oswald à sua mãe. No verso, os seguintes dizeres:
“Mamãe, aqui vai um instantâneo que me fizeram a bordo. Não mostre a ninguém
que está muito feio, xii! Adeus. Abençoe. O filho querido, Nonê”, s.d. | imagem: autoria não identificada | coleção: Marília de Andrade

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"Se alguma coisa eu trouxe das minhas viagens à Europa dentre duas guerras, foi o Brasil mesmo."

Oswald de Andrade

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Na falta de Paris...

– E tendo sua formação literária tão vincada à França, como se considera: um escritor francês ou brasileiro?
– Brasileiro. Amo a França. Quem não ama a França? Mas no fundo sou brasileiro dos quatro costados.
– Se não vivesse em São Paulo, não gostaria de viver em Paris, por exemplo?
– É claro. Mas na falta de Paris esta porcaria de São Paulo é que me atrai.

[Oswald de Andrade em “A última entrevista”, publicada no Diário de São Paulo em 21 de novembro de 1954, e disponível em Os Dentes do Dragão]

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Pelos olhos de Marília e Rudá

Marília, filha de Oswald com Maria Antonieta D’Alkmin, e Rudá, filho do escritor com Patrícia Galvão (Pagu), falam das lembranças e das impressões que guardam do pai.

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Os dois Oswald de Andrade

Lá fora novamente, descendo para a rua, vai o repórter meditativamente pesando e medindo os dois Oswald de Andrade. O da legenda, intratável, mordaz, sarcástico, e o que mora no apartamento da Ricardo Batista, fera mansinha e velha, que só fumega ao invés de flamejar, e que nas raras mordidas que dá não machuca ninguém – é um dragão sem dentes…

Na realidade, um homem simples, doente, amigo do serão em casa, hospitaleiro e amistoso. Pacientemente prestou-se a todos os caprichos e futilidades do repórter e do fotógrafo, posou com a criançada no colo, respondeu a todas as perguntas aborrecidas do jornalista curioso, voltou sempre, quando instado, à linha chata da entrevista.

Dessa noite o repórter se lembrará por muito tempo. Esperando enfrentar um monstro, empolado e presumido, foi na verdade conquistado por um velho e decrépito dragão, mitológico bicho que neste século carregou com o nome de Oswald de Andrade às costas…

Entrevista a Frederico Branco
Correio Paulistano
São Paulo, 7 de junho de 1953

[trecho retirado do livro Os Dentes do Dragão]

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imagem: Gregori Warchavchik | acervo: Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp)

De frente com Oswald

Nome comercial: José Oswald de Sousa Andrade.
Nome literário: Oswald de Andrade.
Altura: 1,68m.
Colarinho: 42
Sapatos: 41 – não os desamarra nem para calçar nem para tirar.
Peso: 85 quilos.
Usa óculos para ler. Deveria usá-los para a distância mas não os usa.
Não tem cores preferidas.
A comida de que gosta é a nacional. E os pratos preferidos: vatapá e galinha ao molho pardo com angu. Frutas de que gosta: manga de Itamaracá e mangarito de Mato Grosso, jabuticaba e laranja seleta.
É um ótimo garfo.

[…]

[trecho retirado do livro Os Dentes do Dragão]

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Oswald de Andrade aos 38 anos | imagem: autoria não identificada | acervo: Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp)

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