Ocupação Paulo Herkenhoff

30 DE AGOSTO DE 2025
23 DE NOVEMBRO DE 2025
SÃO PAULO

Paulo Herkenhoff é um construtor: de coleções, exposições, publicações e instituições. Intelectual, curador e crítico, seu trabalho é marcado pela investigação profunda da história da arte, da cultura e de seus protagonistas; pela tessitura de redes de saber e pelas ações estruturantes em museus e organizações nas quais atua, sempre preocupado com o fortalecimento das bases que sustentam as instituições culturais, garantindo sua perenidade e permanência. Como gestor e crítico, se engaja na construção de coleções e análises críticas que olhem e representem, de fato, a multiplicidade que constitui o país, e a transmissão de seus saberes inerentes. Contador de histórias por excelência – suas e de outrem – Paulo une a coragem de construir, a generosidade do compartilhar e a liberdade de imaginar.

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, Paulo cresceu imerso em uma escola criada e gerida por sua família. Foi nela onde começou a trabalhar na biblioteca aos 10 anos, ministrou aulas aos 14 e montou sua primeira curadoria, uma mostra dedicada ao estado da Paraíba, aos 6 anos. Frequentou a Escolinha de Arte de Cachoeiro de Itapemirim, fundada por Isabel Braga em 1950 e, na década de 1970, foi aluno de Ivan Serpa. Foi inclusive enquanto aluno de Serpa que Paulo começou a carreira artística. Sua receptividade foi imediata, sendo premiado no Salão Universitário da PUC-Rio, no Salão de Verão, na exposição Valores Novos e na VII Jovem Arte Contemporânea. Ainda na década de 1970, participa da Bienal de Veneza e da Bienal de Paris.

Seu sonho, desde a juventude, era trabalhar com diplomacia, que o leva ao curso de Direito. No entanto, a paixão pela cidade do Rio de Janeiro e sua paisagem “azul marinhada” redireciona sua carreira para a advocacia e o ensino: “não gosto de morar numa outra cidade que não seja o Rio de Janeiro”. A pressão política da ditadura o remove da docência – na PUC-Rio – e, insatisfeito com advocacia, se volta para a área que julgava realizar apenas por prazer: a arte. Sua trajetória na cultura tem passagens pela Funarte, pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde foi Curador chefe, pela Fundação Eva Klabin Rapaport, pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), pelo Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA), pelo Museu de Arte do Rio (MAR), onde foi Diretor Cultural, e pela FGV Arte, além de consultor da Coleção Cisneros (Caracas, Venezuela) e da 9ª Documenta de Kassel (Alemanha). Foi responsável por curadorias emblemáticas, como a 24ª Bienal Internacional de São Paulo, conhecida como a “Bienal da Antropofagia”; o Pavilhão brasileiro da 47ª Bienal de Veneza (Itália), o Salão Arte Pará, em dezenas de edições; o Tempo, no MoMA (Nova Iorque); Vontade Construtiva na Coleção Fadel, no MAM-RJ, entre outras.

Sua ação estruturante nas instituições por onde passou é atestada pelo trabalho no MAM/RJ, onde foi responsável por reestruturar o museu após o incêndio de 1978 – que destruiu quase a totalidade de seu acervo –, resultando no comodato de aproximadamente 4 mil obras da Coleção Gilberto Chateaubriand para a organização. Durante a gestão do MNBA, trabalha para a melhoria de sua infraestrutura e a ampliação do acervo. Herkenhoff também atuou na criação de instituições, como o Museu de Arte do Espírito Santo e o Museu de Arte do Rio.

Sua história com o Itaú Cultural – e com a Fundação Itaú – também é longa e profícua. Entre as exposições que curou, estão Investigações: o trabalho do artista (2000), Trajetória da Luz na Arte Brasileira (2001), Caos e Efeito (2011), Modos de Ver o Brasil: 30 anos do Itaú Cultural (2017) e Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu (2020).

É com essa potência criadora que a 69ª edição da Ocupação Itaú Cultural sobrevoa a trajetória de Paulo Herkenhoff, desvendando os caminhos circulares e reverberantes de seu pensamento, através dos seus inúmeros cadernos de anotações, suas exposições, livros, catálogos, fotografias e de seu legado na gestão cultural. Com curadoria de Leno Veras e da equipe do Itaú Cultural, a mostra percorre três eixos fundamentais – e indissociáveis – do trabalho de nosso homenageado: coleção, exposição e publicação. Nas páginas deste livro você encontra uma apresentação curatorial de Leno Veras; textos publicados por Paulo em diferentes épocas e contextos; um depoimento da curadora e historiadora da arte Vânia Leal sobre o trabalho com o curador no Salão Arte Pará; e um ensaio das pesquisadoras Adriana Madeira Coutinho, Giselle Parno, Iris Mara Guardatti Souza e Rosangela Gomes sobre a parceria construída por Paulo Herkenhoff e Heloísa Teixeira entre o Museu de Arte do Rio e a Universidade das Quebradas. Além de exposição e publicação, a Ocupação Paulo Herkenhoff ainda conta com um site com conteúdos exclusivos, disponível em itaucultural.org.br/ocupação.

Itaú Cultural

Ficha técnica

Concepção e realização Itaú Cultural
Curadoria Itaú Cultural e Leno Veras
Projeto expográfico Fred Teixeira
Projeto de acessibilidade Itaú Cultural

FUNDAÇÃO ITAÚ
Presidência do Conselho Curador Alfredo Setubal
Presidência da Fundação Eduardo Saron

Comunicação Institucional e Estratégica
Gerência executiva Ana de Fátima Sousa
Coordenação de estratégias digitais e gestão de marca Renato Corch
Edição de fotografia André Seiti e Letícia Vieira
Redes sociais Daniele Cavalcante (estagiária) e Jullyanna Salles
Coordenação de comunicação institucional Alan Albuquerque
Comunicação institucional Caroline Sant’Ana e William Nunes
Eventos Caroline Campos, Gabriela Araújo e Simoni Barbiellini  

ITAÚ CULTURAL
Superintendência Jader Rosa

Artes Visuais e Acervo
Gerência Sofia Fan
Coordenação de artes visuais Juliano Ferreira
Produção executiva Angélica Pompílio, Bianca Selofite e Thaissa Lamha

Informação e Difusão Digital
Gerência Tânia Rodrigues
Coordenação de documentação Felipe Albert
Pesquisa Ana Luisa Constantino (até maio de 2025), Caio Meirelles Aguiar, Laerte Fernandes (até novembro de 2024), Matias Monteiro e Renan de Figueiredo (até maio de 2025)

Criação e Plataformas
Gerência André Furtado
Coordenação de criação Carla Chagas
Coordenação de produção Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual Amanda Lopes
Captação de imagem Karina Fogaça e Teia Documenta (terceirizada)
Edição Teia Documenta (terceirizada)
Som direto Raquel Vieira (terceirizada)
Edição de som e mixagem Ana Paula Fiorotto
Interpretação em Libras de conteúdo audiovisual Mão Preta (terceirizada)
Revisão, transcrição e sincronização de legendas Alume Comunicação e Acessibilidade (terceirizada)
Motion design João R. (terceirizado)
Edição e produção de conteúdo Heloísa Iaconis e Icaro Mello
Projeto gráfico Yoshiharu Arakaki
Comunicação visual Iara Pierro de Camargo (terceirizada)
Produção gráfica XXX (terceirizada)
Produção editorial Bruna Guerreiro
Supervisão de revisão de texto Tatiane Ivo
Revisão de texto Karina Hambra e Rachel Reis (terceirizadas)

Mediação Cultural
Gerência Tayná Menezes
Coordenação Mayra Oi Saito
Equipe educativa Ana Beatriz Carvalho, Bianca Martino, Edinho dos Santos, Edson Bismark, Gleice Kely, Julia Fernandes, Matheus Maia, Monica Abreu Silva, Rafael de Oliveira e Vitor Narumi
Equipe de atendimento Fefa Ferreira, Matheus Paz, May Dias, Victor Soriano e Vinícius Magnun

Infraestrutura e Produção
Gerência Gilberto Labor
Coordenação de produção de exposições Vinícius Ramos
Produção Carmen Fajardo, Erica Pedrosa, Iago Germano, Julia Frezza, Rodrigo Auba (estagiário), Sarah Moreira (estagiária), Savi Albuquerque e Wanderley Bispo

Consultoria Jurídica
Gerência Julia Baptista Rosa
Coordenação Daniel Lourenço
Advogados responsáveis Eduardo Costa Lima e Matheus Matos Paz
Estagiárias Barbara Gonzaga Acerbi e Yasmin Alcantara de Oliveira Soares

AGRADECIMENTOS

Adriana Madeira Coutinho, Ailton Krenak, Aline Siqueira, Amanda Zein Sammour, André Bezerra, Andrea Santos, Angélica Mantovani, Anna Maria Maiolino, Arquivo Wanda Svevo da Fundação Bienal de São Paulo, Ascânio MMM, Beatriz Oliveira da Luz, Bruno Oliveira, Burle Marx, Cammila Ferreira, Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Nacional de Artes (Cedoc/Funarte), Cildo Meireles, Coleção Patricia Phelps de Cisneros, Cora Brito, Cristiano Vasconcelos, Documenta de Kassel, Emanoel Araujo (in memoriam), Estevão Parreiras, Fernand Léger (in memoriam), Fernando Leite, Folhapress, Francisco Galeno (in memoriam), Georges Marques, Giselle Parno, Guilherme Altmayer, Heloisa Teixeira (in memoriam), Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), Instituto Tomie Ohtake, Iris Mara Guardatti Souza, Janaína Miranda, Jenny Holzer, Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), Juliana Caldas, Lana de Carvalho, Lasar Segall (in memoriam), Levi Veras, Liana Lessa, Lisette Lagnado, Lívia Gonzaga, Louise Bourgeois (in memoriam), Lucas Albuquerque, Lui Veras, Luiz Chrysostomo, Lula Buarque, Maju Veras, Marcelo Araújo, Margareth de Moraes, Maria de Fátima Rocha, Maria Fernandes, Martim Pelisson, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói), Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Olavo Rebelo, Paulo Bruscky, Paulo Roberto Santi, Pedro Buarque, Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PACC/UFRJ), Reinaldo Alves, Rosangela Gomes, Sandra Cinto, Sesc São Paulo, Siron Franco, Soraia Cals, Stefania Paiva, Tânia Rivera, The Easton Foundation & Louise Bourgeois Archive, Thiago Linhares, Tomie Ohtake (in memoriam), Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), Tunga (in memoriam), Vânia Leal, Ylla Gomes e Yuri Braga

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