Ambiente de Trabalho

Mãos

imagem: Dico Kremer

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Seção de vídeo

Dando Aula

Trecho do vídeo Polaco Loco Paca. [João Knijnik, 1987]

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“Um bom poema…”

Manuscrito de poema publicado no livro póstumo La Vie En Close, de 1991 | imagem: arquivo da família Leminski

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Aviso aos Náufragos

Esta página, por exemplo,

não nasceu para ser lida.

Nasceu para ser pálida,

um mero plágio da Ilíada,

alguma coisa que cala,

folha que volta pro galho,

muito depois de caída.

Nasceu para ser praia,

Quem sabe Andrômeda, Antártida,

Himalaia, sílaba sentida,

nasceu para ser última

a que não nasceu ainda.

Palavras trazidas de longe

pelas águas do Nilo,

um dia, esta página, papiro,

vai ter que ser traduzida,

para o símbolo, para o sânscrito,

para todos os dialetos da Índia,

vai ter que dizer bom-dia

ao que só se diz ao pé do ouvido,

vai ter que ser a brusca pedra

onde alguém deixou cair o vidro.

Não é assim que é a vida?

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Biblioteca

imagem: Macaxeira

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Seção de vídeo

Fazia Poesia

Trecho do vídeo Ervilha da Fantasia.
[Werner Schumann, 1985]

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Seção de vídeo

Kafka

Trecho do vídeo Leminski na Vanguarda. [Renato Barbieri, 1988]

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O par que me parece

Pesa dentro de mim

o idioma que não fiz,

aquela língua sem fim

feita de ais e de aquis.

Era uma língua bonita,

música, mais que palavra,

alguma coisa de hitita,

praia do mar de Java.

Um idioma perfeito,

quase não tinha objeto.

Pronomes do caso reto,

nunca acabavam sujeitos.

Tudo era seu múltiplo,

verbo, triplo, prolixo.

Gritos eram os únicos.

O resto, ia pro lixo.

Dois leos em cada pardo,

dois saltos em cada pulo,

eu que só via a metade,

silêncio, está tudo duplo.

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Mãos

imagem: Dico Kremer